O professor Daniel Kahneman, a partir de uma série de pesquisas evidenciou que tomamos decisões com base em informações bem como em descrições sobre a situação. Aquilo que ele próprio definiu como probabilidade subjetiva.
Então, ao descrever que um casal de empresários, com sólida formação acadêmica, com vendas de seus produtos nas principais capitais do Brasil, somos inclinados ao estereótipo de sucesso financeiro. Agora, se apenas nos fosse dito, de um casal de jovens empresários no Brasil, em que as taxas de endividamento são de 78%, seríamos inclinados a trabalhar com as “taxas base” e a condição deve ser a de que é mais provável que estejam com dívidas.
Mas professor qual o motivo de questionar o endividamento? É que sem controle, o endividamento leva as famílias à inadimplência. A ausência de um melhor acompanhamento por parte das famílias e de uma série de outros elementos já comentados no meu blog (impulsividade, miopia, aversão à perda e influência social) podem contribuir para o cenário de inadimplência, ou seja, o não pagamento das dívidas.
É claro que se a mensagem não agradar a solução não é por fim ao mensageiro. Quero dizer com isso, se a concessão de crédito pode estar levando a inadimplência, não vamos suspender o crédito. Mas, ao contrário, avaliar de outras formas como prestar esse crédito.
O que me preocupa atualmente é que a discussão teórica parece perder espaço para soluções práticas. Deixar de lado a teoria e dizer que vou apreender na prática. E na prática o que temos são tão somente informações. Nelas ruído. O ruído é péssimo e está, neste mercado (crédito), permitindo que uma série de novos bancos estejam concedendo crédito sem o devido cuidado.
Na reportagem Inadimplência sobe com maior participação da baixa renda, fica claro que pode haver ruído nos dados que alimentam a concessão de crédito. Assim, a forma como se captura essa informação não é trivial, até porque no Brasil temos informalidade na economia e mesmo questões de fraude.
Logo, temos dois problemas: um é que a inadimplência tem aumentado por diversos fatores e um deles é que a informação está contaminada, enquanto que, outro problema é que você pode ser beneficiado com crédito, mas sua renda ser incapaz de horar os compromissos, te colocando na inadimplência (Um conselho: fuja do crédito).
Por isso, um controle adequado é uma ferramenta fundamental para evitar que você fique inadimplente. Existem vários métodos ou ferramentas. O que eu recomendo: qualquer um deles que te deixe confortável para entender o fluxo dos seus recursos, seja o método kakebo, Marie Kondo, 50-30-20, GPS ou Gerenciamento por Semana (no meu livro Tenha Modos com seu Dinheiro).
O que importa? É que você consiga enxergar um cenário anual e verificar o impacto de qualquer decisão financeira nos fluxos futuros.
Espero que tenham gostado.
